Hino à natureza
Ó mar, que és espelho do céu
Ó mar, que me trazes serenidade
Para uns, és abrigo
Para outros, liberdade
Peço, urgentemente, para ti um véu!
No teu profundo abrigo,
Escondidas, criaturas estão
Sentem o abismo da ameaça, do perigo…
Do teu jardim, choram os corais,
Em orquestra de triste melodia, sofrem os animais!
No vaivém das tuas ondas sinto a liberdade,
Nas tuas areias brilhantes,
Faço desenhos fascinantes
Que as ondas apagam para a eternidade….
Ó mar, ó montanha, ó céu!
Que interpelais o meu coração,
Tanta indiferença, tanta hostilidade….
Quando precisais de carinho e proteção!
Ó mar, que como companhia,
Tens as singulares montanhas brancas,
Que em tristes façanhas, brotam enormes lágrimas!….
É urgente o seu cume e a sua alegria!
Com as minhas mãos e outros pensamentos do mundo,
Falo contigo ó montanha, ó estrelas, ó mar,
O abrigo, os corais, as árvores e a humanidade
são para, corajosamente, salvar com ecos de apelo profundo.
Creio na sonoridade da tua sílaba, na sensibilidade da tua palavra e no poder do teu verso, ó poesia!
Creio na água, na árvore, no céu, na areia, no ar, no sol, nos animais e numa simples flor…
E, ainda, na singular humanidade,
Que traga resposta à fatalidade.
8º G