
Em jeito de balanço…
Mediante as evidências apresentadas, considera-se o seguinte: em relação às bibliotecas escolares (BE) do 1º ciclo, destacam-se o elevado número de empréstimos domiciliários e as atividades organizadas pela BE no âmbito do Plano Anual de Atividades. Os alunos continuam a ser apoiados, quer na Educação Literária e Digital (no caso do 3ºC e 4ºD, na Escola básica de Nine, no âmbito da formação PADDE, Nível 3), quer no desenvolvimento de outras competências e valores, nomeadamente ao nível da sensibilização e trabalho das efemérides, estimulando o saber ser e o saber fazer, desenvolvendo soft skills, entre as quais, a comunicação, a criatividade, o espírito crítico e o trabalho colaborativo, indo ao encontro do PASEO assim como do Manifesto da Biblioteca Escolar (IFLA/UNESCO, 1999). Constata-se, também, o gosto de utilizar/frequentar a BE para atividades de escrita e lúdicas no computador, jogos de tabuleiro, desenhos temáticos e embelezamento dos espaços. Congratulamo-nos também pela elevada utilização e adesão da comunidade educativa à BE de Vale-S. Cosme, inaugurada a 10 de janeiro de 2023.
No que tange à biblioteca Conde de Arnoso, além dos aspetos elencados e convergentes com os utilizadores do 1º Ciclo, realçamos as atividades de articulação com vários agentes educativos, envolvendo diferentes públicos e faixas etárias, dando especial destaque ao Projeto BiblioΣ e ao Projeto Escola Azul. O primeiro, por procurar incrementar nos diferentes ciclos, de forma lúdica e aliciante, a aprendizagem dos conteúdos de várias áreas, a compreensão leitora, o raciocínio lógico, o espírito crítico, o trabalho colaborativo e outras literacias que a Biblioteca pode abarcar. O segundo, por ter projetado a Escola a nível local, regional e nacional não só ao participar em reuniões promovidas pela Organização, mas também ao apresentar um produto final plurilingue, respeitando a diversidade linguística dos alunos e sensibilizando, de forma original, para problemáticas que afetam os oceanos, através do Kamishibai ou teatro de papel, uma técnica ancestral de contar contos. Neste âmbito foi fundamental a parceria estabelecida entre a Biblioteca e o Centro de Investigação em Didática e Tecnologia na Formação de Formadores da Universidade de Aveiro, na pessoa da investigadora, Rosa Maria F. de Oliveira, que dinamizou sessões de formação dos professores e dos alunos das turmas de 6º e 7º anos. Aqui foi visível a articulação com o Programa Eco-Escolas, o Clube de Música e o Clube das Artes.
Ao longo do ano foi visível o interesse de alunos e de professores pela biblioteca não só como um espaço ou um recurso, mas como um organismo parceiro no processo educativo.
A biblioteca D. Maria II sublinha o interesse dos alunos por novas leituras. Ao serem implicados no processo de gestão da coleção participam ativamente na sugestão de títulos, de encontro com os seus interesses. Acresce também o facto de haver mais motivação para ler, resultante dos projetos ou concursos em que participaram e, ainda, pelo envolvimento dos professores de português, entre outros. Em relação à utilização diária da biblioteca, continua a ser muito procurada quer pelos docentes para atividades de articulação e utilização do espaço para palestras, exposições e encontros, quer pelos alunos de todos os anos de escolaridade para estudar; fazer o trabalho de casa e utilizar o smartphone. Apesar de o espaço ser pequeno para o elevado número de utilizadores, regista-se com agrado a compreensão pelas prioridades de utilização do mesmo. Neste alinhamento foi apresentada a candidatura à Rede de Bibliotecas Escolares (RBE) para (re)criar a biblioteca, visando a modernização do espaço físico, reconfigurando a biblioteca, com inovação e criatividade para novos percursos, assentes na proatividade, no trabalho e na reflexão sustentada no pensamento crítico. Enquanto espaço âncora de articulação no ecossistema educativo, importa que seja mais convidativa, confortável, flexível e reconfigurável. Ao constituir-se num espaço moderno, versátil, motivador e ajustado à singularidade deste ecossistema, transformar-se-á num lugar aberto e de encontro, ainda mais apreciado pelos diferentes atores, proporcionando experiências sustentáveis, imersivas e experienciais. Pretende-se abrir o caminho para um renovado espaço de fruição, de pertença e, acima de tudo, impactante para a centralidade do aluno, alavancando a modelagem de uma educação onde o aluno é o protagonista.
A considerar também, que após a implementação de um Projeto de Intervenção no âmbito da Rede de Bibliotecas Escolares (RBE) foi possível dar início ao refinamento do canal principal https://bibliotecasdonamariaii.com/ que será apresentado com mais detalhe, no próximo ano letivo 2023.24. No entanto, importa referir que o estabelecimento de relações e inter-relações transdisciplinares permitirá processos mais próximos e empáticos, com os diferentes atores educativos, contribuindo para a criação de conteúdos e consequente partilha neste canal principal. O site é uma mais-valia e tem a vantagem de funcionar como repositório de pesquisa e recuperação de assuntos, por categorias, permitindo aos utilizadores envolverem-se na aprendizagem através de leituras, movimentando-se entre os serviços e os recursos, de forma a satisfazerem as suas necessidades literácitas. É uma plataforma organizada, amigável e de fácil acesso para a comunidade educativa (alunos, professores e famílias) assim como para outros grupos de interesse. Para além da curadoria e validação dos conteúdos disponíveis, permite alavancar narrativas de envolvimento com os diferentes atores educativos, potenciando as diferentes literacias.
14 de julho de 2023
Os professores bibliotecários: Rui Soares, Paula Meneses e Maria José Pereira