
Já são conhecidos os textos vencedores da 4ª edição do concurso de escrita criativa “tODoS por um mundo melhor”, uma iniciativa dirigida aos alunos do 2º e 3º Ciclo do concelho de Vila Nova de Famalicão, promovida pela Rede Municipal de Leitura Pública de Famalicão, no âmbito do projeto “ODS: juntos mudamos o mundo”.
Os textos vencedores selecionados foram, na categoria do ODS 10 – Reduzir as desigualdades, a turma 8ºC da EB2,3 de Ribeirão, com o texto “Safira, a líder dos leões”, na categoria do ODS 11 – Cidades e comunidades sustentáveis, a turma 9ºB da EB2,3 D. Maria II, com o texto “(In)sustent(h)abilidade” e, por último, na categoria do ODS 12 – Produção e consumo sustentáveis, a turma 7ºB da EB2,3 Bernardino Machado, com o texto “O poder da Máquina S”.
Nesta quarta edição, inscreveram-se um total de 33 turmas dos Agrupamentos de Escolas de Ribeirão, Gondifelos, D. Maria II, D. Sancho I, Camilo Castelo Branco e Padre Benjamim Salgado.
Após a entrega dos trabalhos finais, o júri do concurso, constituído por Carolina Ribeiro, coordenadora do Centro Social e Cultural S. Pedro de Bairro, Ana Silva, chefe de serviços da Divisão do Ambiente do Município de Famalicão e Ivo Arantes, músico e escritor famalicense, analisou a totalidades dos textos e deliberou os vencedores desta 4ª edição. O objetivo principal deste concurso é a criação de um conto infantojuvenil onde o tema central reflita os ODS abordados durante o ano letivo que agora termina.
De salientar que a pretensão final deste Concurso é a criação de uma coleção de contos interativos digitais dedicados aos ODS, os quais serão integrados numa “estante virtual”, alojada no sítio web da Biblioteca Municipal Camilo Castelo Branco. Recorde-se que já se encontram disponíveis nesta “estante virtual” nove contos interativos digitais resultantes das edições anteriores do Concurso de Escrita Criativa.
Parabéns aos nossos alunos!
(In)sustent(h)abilidade
Qual seria a vossa reação se alguém vos dissesse que no futuro iríamos viver em Marte? Vocês, provavelmente, iam achar que era apenas uma piada, mas, infelizmente, o imprevisível aconteceu e hoje em dia já não habita um único humano no planeta Terra, e tudo graças à má gestão da reciclagem, da construção desmedida, à desflorestação entre outros aspetos negativos. Infelizmente não aprendemos com os nossos erros e está a acontecer o mesmo ao planeta Marte. Ainda há pessoas que têm o sonho de voltar a morar na Terra e hoje vou contar-vos a história de um pai e de uma filha que possuem esse sonho. -Pai, hoje na aula de história a professora disse que os humanos já viveram na Terra. É verdade? -disse a filha para o pai esboçando uma cara de espanto. – É verdade filha…a vida era tão melhor antes -confirmou o pai com uma voz entristecida. – Porque dizes isso? – Na Terra tínhamos longas planícies verdejantes, montanhas com neve, praias maravilhosas, vivíamos a vida com calma e desfrutávamos da companhia, que isso sim, isso é o mais importante, mas depois começamos a perder esses hábitos por causa da internet. As praias, a neve, as árvores – por causa da poluição, do aquecimento global e da desflorestação – começaram a desaparecer das nossas vidas e a partir daí tornou-se insustentável e fomos forçados a vir para Marte. E se não tivermos cuidado vamos pelo mesmo caminho. – Uau! Devia ser incrível! Adorava um dia poder ver isso. Já voltaste lá alguma vez depois disso? – É um dos meus sonhos, mas não creio que vá acontecer… – E se tentássemos recuperar a Terra para que todos nós pudéssemos voltar a morar lá um dia? – interrogou a filha alegremente. – Não sei se é boa ideia, pois os governadores não iam achar muita piada. – Vamos na nossa nave até lá ver como é que está a Terra e depois logo se vê, concordas? – propôs a filha. – Porque não? – Amanhã acordamos e vamos até lá e depois tomámos uma decisão – concordou o pai. Agora vamos preparar o jantar para irmos dormir cedo. – Ok, pai! Vamos lá. Já é um novo dia. São 6 da manhã e os dois já chegaram à Terra. Quando lá chegam, encontram um planeta imundo de plástico, sem árvores e sem alma. Mas, depois de muito vasculharem, encontraram uma zona “verde”, onde tudo era perfeito e era precisamente o contrário do planeta todo. Decidiram meter mãos à obra e começaram a renovação da Terra. Como eram pessoas muito inteligentes puseram em prática as ideias básicas que já existiam anteriormente, mas eram mal utilizadas e tiveram também algumas ideias inovadoras. Criaram robôs que recolhiam o lixo e transformaram-no no que eles quisessem. Todos os eletrodomésticos e tudo o que precisasse de energia para funcionar, seria movido a luz solar. Criaram drones que plantavam árvores e criaram sistemas para reduzir o desperdício de água. Todas estas medidas começaram a dar frutos e o pai e a filha começaram a recrutar gente para povoarem a Terra, mas tudo isto sem que ninguém soubesse no planeta Marte. Num dos recrutamentos secretos, a polícia inter-espacial prendeu o pai e levou-o até ao presidente para terem uma reunião sobre os recrutamentos ilegais. – Conte-me imediatamente para onde têm levado tanta gente e porquê! -ordenou o presidente. O pai começou a contar tudo, mas o presidente não parecia gostar daquilo que ouvia. À medida que o pai foi descrevendo melhor o que tinha feito e mostrando quais eram os seus desejos para o futuro, foi-se esboçando um sorriso no rosto do presidente, pois começava-lhe a agradar a ideia. Depois de o pai ter feito um pequeno resumo da história, ambos chegaram a um acordo: o pai e a filha tratavam da reestruturação da Terra e o governo fornecia o equipamento necessário e tratava da documentação. Aos poucos, todos os habitantes de Marte mudaram-se para a Terra. As pessoas estavam muito mais felizes e viviam alegremente. O presidente organizou uma festa em honra do pai e da filha e foram convidados a participar em todas as reuniões do governo. -Pai , pai! Acorda! Estou atrasada para ir à escola! Infelizmente tudo não passava de um mero sonho…
Agrupamento de Escolas D. Maria II – Escola D. Maria II
Turma: 9º B Alunos participantes:
Duarte Fernandes Faria
Filipe Martins Azevedo
Gonçalo Barbosa e Costa
José Emanuel Ribeiro Ventura
Lissandro Lopes
ODS nº 11 – Cidades e comunidades sustentáveis